A depressão é uma doença mental que afeta mais de 264 milhões de pessoas em todo o mundo, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS). Com a crescente prevalência desta condição, é crucial encontrar estratégias eficazes para combater seus sintomas. Uma dessas estratégias é a atividade física regular, que pode desempenhar um papel significativo no tratamento da depressão. Este artigo discute a importância e os benefícios da atividade física no combate à depressão.
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Toggle1. Entendendo a Depressão
A depressão é caracterizada por uma série de sintomas, incluindo:
- Sensação de tristeza
- Falta de vontade para realizar atividades
- Falta de energia e cansaço constante
- Alterações no sono
- Perda de apetite
- Dificuldade de concentração
- Pensamento de morte e suicídio
- Abuso de álcool e drogas
- Lentidão
As causas da depressão ainda não são totalmente compreendidas, mas acredita-se que fatores ambientais, genéticos e alterações na estrutura e funcionamento do cérebro desempenhem um papel.
2. Neuroplasticidade e Depressão
A neuroplasticidade, a capacidade do cérebro de se recuperar e se reestruturar, é um conceito importante na neurologia. Na depressão, supõe-se que ocorra uma redução na neuroplasticidade, bem como efeitos tóxicos de glicocorticoides e uma diminuição na produção de substâncias chamadas fatores neurotróficos.
3. Neurotransmissores e Depressão
As primeiras teorias para entender a depressão explicam que pessoas com depressão podem ter uma produção reduzida de neurotransmissores, como serotonina, noradrenalina e dopamina, em áreas específicas do cérebro. Os medicamentos para a depressão funcionam aumentando a disponibilidade desses neurotransmissores, o que muitas vezes tem um efeito benéfico sobre o humor dos pacientes.
4. Atividade Física e Depressão
Estudos indicam que a atividade física regular pode ser uma estratégia eficaz no tratamento da depressão. A atividade física pode desencadear uma série de mudanças químicas no corpo que resultam em um aumento positivo dos neurotransmissores, especialmente a serotonina, nas áreas do cérebro associadas à depressão.
5. Benefícios da Atividade Física
Os benefícios da atividade física no combate à depressão incluem:
- Melhora da cognição e do raciocínio
- Redução dos sintomas de doenças neurodegenerativas
- Alívio das dores de cabeça
- Auxílio no tratamento de outras doenças neurológicas
Além disso, a atividade física libera dois hormônios que auxiliam no tratamento da depressão:
- Endorfina: promove sensação de bem-estar, euforia e alívio das dores
- Dopamina: tem efeito analgésico e tranquilizante
De acordo com estudos, a atividade física pode ser até 50% mais potente do que medicamentos prescritos por profissionais de saúde no tratamento da depressão.
6. Introduzindo Atividade Física no Tratamento
Antes de iniciar ou retomar a atividade física, é importante conversar com um profissional de saúde para avaliar a aptidão física e mental. Uma vez que a pessoa esteja pronta, é importante escolher uma atividade que goste para aumentar a motivação.
7. Escolhendo a Atividade Certa
Existem muitas opções de atividades físicas disponíveis, de corrida a dança, ciclismo e natação. O importante é encontrar uma atividade que seja agradável e sustentável a longo prazo.
8. Construindo Hábitos de Atividade Física
Construir um hábito de atividade física pode ser um desafio, mas é crucial para obter os benefícios a longo prazo. Se não conseguir ir à academia ou realizar a atividade escolhida em um determinado dia, não se culpe. Tente novamente no dia seguinte.
9. Sentindo os Benefícios
Em média, dentro de 15 minutos de atividade física aeróbica, o corpo começa a liberar endorfinas. Os primeiros minutos podem ser os mais difíceis, mas com o tempo, fica mais fácil.
10. Conclusão
Em suma, a atividade física regular é uma estratégia eficaz para combater a depressão. Embora seja importante buscar tratamento médico adequado, a atividade física pode complementar esse tratamento e oferecer benefícios adicionais. Com o planejamento e a motivação corretos, a atividade física pode se tornar uma parte valiosa do tratamento da depressão.
Fonte: Dr. Fabrício Borba, médico neurologista e neurofisiologista clínico pela Unicamp, doutorando em neurociências (UNICAMP), professor de neurologia da faculdade de medicina da UNIMAX – Indaiatuba, médico associado e pesquisador dos ambulatórios de doenças neuromusculares e neurogenética da Unicamp. Médico neurologista e eletromiografista dos AME de Campinas, Mogi Guaçu e serviços particulares. Membro da Academia Brasileira de Neurologia, Sociedade Brasileira de Neurofisiologia Clínica e Academia Americana de Neurologia.